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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

TRAJETOS ( VERDADEIRO ENCONTRO DE MIM MESMA )

Vou escrevendo e, nesse processo, fazendo meu tempo.
Não creio ter sentido tanta vontade e prazer nesse encontro, só comigo mesma.  Que, realmente, parte de um arrebatamento de emoções, ora mais cálido ou passional, que me diz, da forma mais poética possivel, o que sou.
Tenho lido.  Muito, a mim mesma.  E interessante como o verbo atinge uma dimensão não clara, mas abrangente.
E anseio, quase desperadamente, essa procura .
Sempre fui só, desde minha aceitação como criança desse estado.   Até a convivê-lo, já em vida adulta.  Tive medo de não encontrar o reflexo do que sou no outro.  E angustia, por me saber diferente.
Minha vida quase se resume ao retroceder de um caminho.  Em que minhas tendencias já estavam claras, assim como a orientação ao que viria depois.  E a volta ao meu verdadeiro eu se da através de rotas, quase sempre muito tortuosas, mas em si enveredando para o verdadeiro começo.
Gosto de estar só, por aprendizado e assumi-lo.  Mesmo nos momentos dificeis, é a mim mesma que encontro e posso confiar.  Simplesmente, sem abrir mão de minhas vontades.
A poesia já fazia parte dos meus olhos de criança, e aquela coleção de poetas românticos brasileiros que recebi, e que, frugalmente, folheei, se torna um símbolo do amarelar de minha procura.
Descobri, ainda que tarde, de que näo sei expressar o que sinto verbalmente, quando se trata de minhas verdadeiras emoções.  Porque tenho o outro à minha frente, e isso me faz ecoar expectativas e medo.  Sei pouco o que é pedir e, muito menos, sua diferença com o cobrar.
O mundo dos homens nos embrutece, e adormece os sentidos.  As palavras ferem, sem direcção e, na verdade, retratam pouco do que e o verdadeiro almejar.  Mentem, deliberadamente ou não, e nos fazem fantoches de nos mesmos.
Quero mais.  O sossego de me encontrar somente com minha escrita, que repercute no bom e belo que há dentro de mim.  Em pensamentos fortuitos, que meus labios nao pronunciarão, por medo da rejeição.  Por uma desconfianca eterna de que seja amada do jeito errado, quando gostaria do mais lânguido.  Por não poder emitir uma súplica, pela existencia de minhas proprias amarras.
E estou aqui.  Nua, e desafiando os que me leiam.  E compartilhem, ou não, desse momento em que me abro, e sou tão eu mesma quanto poderia.
Acostumo-me à solidao, tanto quanto ela a mim.  Quero momentos, muitos, para que, deles, a escrita se renove, e busque seu proprio caminho.
Não me eximo de pertencer ao mundo dos homens, caótico em sua forma, extremamente contraditorio nas formas de agir. Seguramente sou pequena, tão pouco eu, verdadeira e honesta expressao de mim mesma.  Pouco sei mentir ou dissimular, nem almejo alcançar tais atributos.  Há muitos anos, uma colega de faculdade já me escreveria de que eu tenho um coração e olhar de menina.
Se os perdi pelo caminho, não creio.  Modificaram-se, com certeza, pois se não sobreviveria à tamanha ingenuidade.
Mas existe algo que certas pessoas não perdem a vida.  A vontade de permanecerem íntegras, venham os percalços, seja o transtorno.
De alguma forma, por sorte ou destino, fui poupada de me curvar ao obvio, usurpador e não libertario.  Em sendo tao oferta merecedora de seu preço a pagar.
Talvez e por isso, chego a conclusão de que me resta o apreciar minha solidão.  De menina mulher, o único nicho onde a dor toma outros contornos.
Por uma questão de tempo, a vida passou, e talvez não faça muito do que me proporia, não há o saber.
Mas a possibilidade de meu proprio afago é inerente a esse processo de ternura.  Se saberei vivê-la com alguém, nao sei. Preciso de olhos táo cálidos como os meus, e uma certa vontade de entrega.
Pois que o encontro pretende a união de duas vontades, e o fortalecimento de cada eu.  A ele não fronteiras, porque vem so para resumir o que é de dois, e não mais.
A saudade ainda fica, menos dolorosa.  Se vai se esprair, não o que saber, já que existe a liberdade do sentir.
A cada um suas proprias decisões, e força.  Seus momentos e âmago respeitados.  Sua ternura ou não exposta, para se poder dar mais.
Continuo sem respostas, porque esse é o tempo da vida, que não aconteceu.  Do qual sou mera expectadora, com a sinceridade a que posso me permitir.
Languidez e ternura, me façam seu palco.  E o desejo de sentir, ainda que doa.  Vivo.

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