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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

ROSTO AO VENTO ( SAUDADE QUE FICA )

Ouvindo Flavio Venturini, me lembro de Sampa.
Pela cidade vou, trilhos de metrô, olhos que não me vêem.
São Paulo, já lhe nutro saudades. Do seu eterno movimento, cidade atroz, sigo atrás de sonho e calor.
Lembranças, tão somente.  Vida que se vai, eu parte dela, ela a me levar.
O frio aconchega, o vento me bate ao rosto.  Gostaria do silencio.
Espero um encontro, maior de mim mesma.  Simplesmente e só.
Sinto um doce e nostalgico sabor de liberdade, um gosto de mel na boca. Triste, mas único.  Eu sobrevivi.
Desejo tambem o afago da paixão cálida, e o só por estar.  Idas e vindas, um novo sorriso. Dificil me despedir ou ficar, pois não sou dona de mim mesma.
O tempo, passando, me dará respostas, que seraão únicas e minhas, sem nenhum compromisso com a realidade.  Ela flutua através dos ventos, uma incógnita impossivel de ser decifrada.  Nem poderia. Ao futuro, vivê-lo sem medo, na certeza de que respostas surjam na medida em que se aí está.
Não abro mão do sonho, cálido.  Ele caminha junto comigo, e me enternece, mas é uma sombra que delineia meus traços, não mais seu conteúdo.
Cresci, me fiz, e aqui estou.  De rosto aberto para a vida, qualquer condescendencia é menos do que sei fazer.
A brincadeira do convite, os beijos furtivamente dados, a pequena promessa do gostar se tornam devaneios de uma cantiga.  De ninar para que o sono seja bom, a noite acontença, e os raios de sol fulgurem.
Absolutamente passageiro, tanto quanto imortal, suave como uma pétala, doce murmurio.  Voce, ainda voce.
Não me importa sonhar.  Porque não fazê-lo, se me traz as recordações, tão somente minhas.  Ouço um ruido, e o meu canto que extravaza, num soneto sem medidas e forma, apenas por ser.
Ana, onde estara voce ? Sera que conversa comigo ?
Suas últimas palavras, e o tempo que não lhe foi concedido, sem nenhum motivo dado.  A mim ofertado, eu que dele pareço não me brindar.  Ou, quem sabe, aprenda, em entrelinhas que não mostrem mais meu desapontamento.
Sampa existiu, em seu frenesi e cores, mas foi minha percepção que mudou. Agora habita seu lugar de lembrança, em mais sendo uma em minha memoria.
Sampa, sempre, e meu amor pela volta.  Porque me intriga tanto, e atendo ao seu chamado ?  Nunca soube, e é obvio que não desvandarei o misterio.  Um loco de minha vida, em sua absoluta existencia.
Caminho ao vento, só.  Não mais do que antes, apenas a ternura a me acompanhar.  Por vezes o sorriso, pois que as relações humanas são instaveis, e florescem ao seu jeito contraditorio, mesmo sendo vivas.
Sonhe, talvez, com um cálido beijo e abraços não prolongados, mas suficientes.  Toque meu labio, simplesmente.  Assim, num beijo doce, dono de um átimo de segundo.  Que pedirá outro e mais outro, sabendo ou não como parar.
Ja não sei se espero, a Sampa, beijo ou vida.  Bate o vento, e eu sou toda desejo em senti-lo atravessar. Para que os sentidos me experimentem.
Sou nova, mais uma vez rosa.  Sempre rosa, saberei me fechar ao meu tempo.  De vida, saudade e esperar.
Momento de inverno, nostalgia de Sampa.  No prosseguir que não me impede, e coloca amarras.
Pois se só a liberdade compactua com o amor.  E só deles poderá surgir a melodia do futuro.
Vento, bata em meu rosto, e me entregue ao seu enlevo.  E, quem sabe, eu não me esqueça de esquecer.

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