Seguidores

sábado, 30 de maio de 2020

ABRAÇO

                                                              A

                                                                      vida
                                             levou
                                                                                 o
                                       
                                              abraço


                                                           resgatou.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

A VERDADEIRA MANIFESTAÇÃO DO MEU SER

Quero um silencio partido, chorado
Sem concessões, ternura e pena
Que me corte a carne, mas que seja ameno
Como as flores, que acontecem sem querer.

Sem rumo, pedido ou necessidade
Composto das palavras tragadas pelo destino
Sufocadas pelo pranto da vida, que por mim passou
Da qual palavras, em vão, lhes procurei sentido.

De momentos procurados, surge o nada
Que se faz broto, a essencia do ser
A pedir resignação, e a volta ao interior
Onde os únicos sons são os de uma mente cansada.

Entregue à luta, o caminho não seja outro
Que cantar a vida, na melodia do abstrato
Tomado na sua forma inteira, única, presente
Interior, a verdadeira manifestação do meu ser.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

SOLIDÃO

Tudo passa, é ventania e sopro, menos as letras que se fundem, tomam corpo e se assentam, nas linhas de um papel.  Os sentimentos se debatem e sobrepõem, compondo um poliedro de mosaicos, refletindo suas faces embaçadas pela sanidade.
A vida se impera, e não larga, nos sentidos que insistem em pulsar em desespero, na derrota ou sobrevivencia, sofrer que exale o sangue que ainda não jorrou, pois sucumbir ao desejo do corte na carne é a experiencia da dor, que se entregue como mantra do ser vivo.
Pois soube, um dia, plantar uma rosa, não saberia eu dizer com que mãos de que áridas terras de desamores tocados, meu corpo jovem estilhaçado por tanta dor, como se, depois disso, me fosse dada a benção de amar.
Destino articuloso, prometendo-me as palavras, ao salvar a loucura, trazendo-me as letras, abrandou a solidão e reconfortou um pouco meus espíritos em fogo, deixando o pranto infinito, mas solidario, e a tristeza que não cabe em nenhum escrito de linha, que todas serão.
Só se abranda o coração quando se lhe toca a dor como ancoradouro, que ali fica, respirando a manhã, comungada ao horizonte, fazendo-se vida e vazio.
E de todas as dores, a maior é a do infinito, do que já partiu ou morreu, que desceu à terra, e nem mesmo a incompreensão humana pode atingir.
Uma dor tão grande que pertença tão somente a essas letras e a esse momento, pois ninguém as merece.
O caminhar de um solitario faz-se devagar, e tem a si como companhia.
Do nascimento à morte, é o seu aprendizado, e seu último legado.




terça-feira, 19 de maio de 2020

CRÔNICA EM QUEDA LIVRE ( PARA A ÁRVORE QUE AGITA SEUS GALHOS )

Escrever sobre um tema em aberto é como mergulhar em queda livre, tamanha sâo as possibilidades.
Em qual recôndito do meu ser, encontrarei um eco que responda a alguma das questões que se fazem presentes, ao correr dos meus minutos?
O relogio da vida tem batido seus compassos com a mesma velocidade, muito embora meus instintos insistam em se ater à dor acumulada.  Como um castelo de cartas, relações se dissipam, valores se desagregam, e eu me resto..  Insisto em me bastar, sabendo que, nas tentativas e erros que precedem cada manhã que levanta o Sol, não há tempo para arrependimentos.  A corrida é contra o tempo, já desde o momento em que foi dada a largada inicial.
Há vezes em que a urgencia pela sobrevivencia é inconteste, colocando em cheque o prazer e o instinto de permanencia, e choramos o que foi, por não o sabermos tão belo.
Esse sentimento fluido e geral dói exacerbadamente, e me faz voltar os olhos à minha eterna árvore companheira de solidões, que ora contemplo, a agitar seus galhos.
Pois se é a vida, e a mim leva, deva haver um principio.  Dele não saberei o misterio, muito embora o tenha chorado em meus prantos, e olvidado em meus caminhos tortuosos.
Ventos acenarão, com a árvore a agitar seus galhos.,  O dia completará seu termo, e dele saberei somente sua existencia.