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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Karma

Um poema certeiro, como um perola caida num asfalto que se choque

A percepção da vida corre solta, moleque trigueiro anunciando as perdas

Das memorias a violencia e o infortunio, nada além do que as chamas

Póstumas, na vida que se viveu, comprometida, traida a esperança

Sem os movimentos da Lua, a plagear de cima suas cores inertes

Nada fará sentido ao que se cria e desaba, veloz e espada

Movimentos únicos, somos produto e fel, dízimo não combatido

Na face, exponho os resquicios de meus medos, outrora encobertos

Por chorar a dor das perdas que minha humildade, cansada, se devote

Eu me renderei à mediocridade do meu ser, que se asseie num processo

Limpe a semelhança de um jogo de cristais, movimento de flechas

A palavra é um escudo, apontado para minha irresolução

A palavra é o silencio obtido do nada, escuro, medo ou poesia

Ela é tão somente ao que se destina, um átomo de consenso e apaziguamento

Um corredor sagaz ou lento, timidamente encostada ao meu baú de memorias

E sensações que não se curvem, minha identificação com o que é de fora

Os sons continuam, vozes dentro de mim se atropelam e a chuva lá fora cai

Perspectiva de viver, num plano infinito, o que me resta de pessoa eclode

Jaz, pulsa, respira e cansa, sem absolutamente saber o que seja.