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quinta-feira, 9 de maio de 2019

MEMORIAS AFETIVAS

Nas memorias afetivas subterrâneas, são comemorados os momentos de paz e guerra, entre o que se viveu e passou.
Mais um ano cinge a idade desse país atormentado, marcado pelos delírios de seus povos que nele habitam, com bússolas de sentidos diferentes, para onde apontem.
Mortes se somam aos delírios de fogos de artifício, a sempre mesma resistencia de palavras jogadas ao vento, tentativas de acordo suprimidos.  Interesses não públicos, enquanto a massa segue, imberbe, como um troféu por seu refem, artificio acumulado, de quem o nada assumido.
Nessa terra de onde um começo se fêz há setenta anos atrás, de uma ideologia diferente, quem sabe, a regra, o solo árido, e o Sol ardente.  A chuva escassa, e os olhos do mundo se lhes voltado, como um microscopio de ponta, agudo, ativado ao menor desvio de conduta que, para sorte e regozijo, acontece com a frequencia exponencial do que é, por si, predestinado.  No jogo de forças do poder reinante, e o estado que impõe a força, e dela se refastela e mata.  E exibe, como um leão outrora caminhante pela selva, ávido em sua pompa.
Ainda assim, mantendo sua memoria afetiva.  Dos que foram.  Em seus guetos fétidos, dos quais sobreviveram, mesmo sem nem o saber como, atravessando por demais o oceano até chegar à terra firme e criar uma nova bandeira, que não lhe fez justiça.  Ou gerar filhos que tombassem em alguma guerra que justificasse a defesa de seu territorio, rebentos.  Seres humanos.
Armas, projeteis disparados, erguidos, mirados, dizamando, justificando a continuidade da especie humana, doce paradoxo das guerras, são o emblema do conflito dessa nação.
O sangue desse solo, vermelho na sua essencia, traz a composição palestina e israelense de sofrimento, diluida, pasteurizada, mesma cor.   A carne cortada é a mesma, sem perdão.   Os líderes ludibriam os incautos com as intenções de que elas tenham significados diferentes, e o resultado é o caos.
Gostaria eu de ver a coragem da mudança, ao invés do compasso da estagnação.  A todos os niveis, do opressor ao oprimido.  A volta à credulidade e à inocencia de um tempo que se perdeu, num passado que se teima em esconder em nostalgias.  O brecar do relogio que impulsiona o mundo digital, freneticamente, ao mesmo tempo que desmorona conceitos básicos de interrelação entre os individuos, coibindo-os de trafegar pela vivencia salutar da comunicação verbal.  A civilizacao capitalista predatoria é delirante, que torna o proprio ser humano objeto de consumo, e não mais.
Muito embora as memorias afetivas subterrâneas sejam tão diferentes, há o ponto que converja para a empatia.
E só olhar, conviver.  Absurdamente ser humano.  O mais dificil.