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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

VOE, PÁSSARO, VOE

Voe, pássaro, voe

Era um pássaro, que mal sabia balançar suas asas.
Avistava o horizonte, e sonhava com as terras do além horizonte.
Mas estava preso ao ninho, por algemas que cerceavam sua liberdade.  Elas dominavam sua alma, corpo e espírito.
Todo dia, pela manhã, ele se sentava ao cume da montanha, e imaginava como seria para lá das terras nunca vistas.  E seus olhos sonhavam com os azuis dos céus, dos mares, e das planicies que iria encontrar pelo caminho.
Mas sua prisão era uma vasta cabeleira de Medéia, e ele voltava, dia após dia, para seu sacrificio.
Passaram-se longos anos.
O mundo se transmutou.  O pássaro envelheceu.
Mas a montanha seguiu seu rumo, perene, encosta e desafio.
Então, o pássaro resolveu desafiá-la.
Sentou-se e olhou o horizonte.  Imaginou o que havia por trás dos vôos que não havia feito até então.
Tomou um passo arriscado e, quando deu por si, estava voando.
Para longe, para o mundo dos azuis, terra mar, sem paradeiro, a tudo que chamamos vida.
Desde então, ele é um ponto no céu.  Livre.

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