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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Disturbio.

Vou falar dela, que me vem, arrasta e toma conta de mim.
Que preenche meus dias, à espreita, aguardando o obvio, garras à solta, imberbe em meus sentidos,  mesmo não louca em sua paixão.
Convive-me, abraçando-me, num rodeio de desesperança, desfiladeiro por onde trafego olhando o precipio, a meu lado, sempre acenando como possibilidade.
Dela não ha perdão, ou escapatoria.  Existe um eterno dormente em sua não placidez, meus orgãos que doem, minha mente que clama pela justiça de paz.  Calmaria, um rio manso, com aguas cálidas, onde o navegar se faça, tao somente, límpido.
Aonde me levará essa dor ? Quais os limites dessa insanidade, nas perguntas sem resposta que carecem de sentido, forma e tempo.  A fluencia dos dias traz a convivencia do vazio com o exposto, replicado no seu badalar de um relogio que não para, nos seus segundos incontáveis de desespero.
Pasmem de mim as esperanças, porque sou pequena, e não sei mentir.  Porque sou grande, e a mentira me toma, por não ser crédula.  Por ter resistido, até agora, sabendo, em mim, um fogo que se alastra e consome, sempre e mais, destino que se cumpre.
Até que se me venha a rendição, quem sabe, momento do humano, experiencia, do ser.  Apequeno-me diante ao medo, pois ele me cerceia, apavora do que resta.
Os dias que surgem são os mesmos de outrora, acrescidos a novas dores, que se acumulam como  forças de estagnação, muito embora a conscientização exista, e clame para ficar.  A alma pede, o corpo respira, e os sintomas sucumbem.  Eu me rendo.
Disturbio, não me tome.  Não me rasgue em pedaços, leve minha alma aos poucos.
Já lhe dei muito de mim, a você que, a mim, muito não deu.
Não exija de mim a total entrega, pois relutarei em deixar o amado de vez, e você não o merece.  Mas há muitas horas em que o fim é a resposta a essa agonia.
Morte, falemos dia, grito não abafado, porque e sinônimo de dor que cesse e momentos de rios lânguidos em mentes que se foram.
Escrevo meu destino traçado a pena nas linhas do meu papel, em rede a curso, meu desafio.  Faça-me forte, momento real.
Deixe-me viver.

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