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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

APEGO

Entender a questão do apego.  Não o material, que subjuga as pessoas aos bens de consumo.  Esse é, literalmente, mais facil de ser explicado.  Ou justificável, já que toca no âmago de nós, seres humanos faliveis e, em boa medida, temerosos quanto ao dia de amanhã.  Sem contar com os que acumulam grandes riquezas, simplesmente por um desejo patológico de oprimir os mais fracos.
Falo de relações de apego intrinsicamente emocional, onde há a necessidade visceral de procura do outro.  De uma busca de complementação, suporte, resposta.  Como se não houvera existido um eco de afeto nuclear há muito tempo, na estoria de nossas vidas, e tentassemos compensá-lo, incessável e incansavelmente, ao longo da nossa existencia.  Com familiares, numa relação romântica, amigos, no trabalho.  Pedindo atenção, ou muitas vezes a exigindo.   Fatalmente nos conduzindo a situações de rompimento, onde a dor se torne dilacerante.
O inconsciente fala, seja através dos sonhos, ou dos traumas revertidos em comportamentos perpetuados vida afora.
Entender tal nivel de apego significa disponibilizar recursos cognitivos e emocionais adequados e eficientes, e isso só pode ser feito através de ajuda terapêutica.
Vale a pena.  O desafio da mudança é parte do correr da vida.
Mas, na verdade, há que não se correr.  Diz-se que os rios navegam para o mar mas, na verdade, eles não deixam seus leitos.
Como diria Fernando Pessoa, suas aguas são sempre as que foram suas.





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