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quinta-feira, 16 de março de 2017

EROS



Eu e a brisa, música de Tim Maia, inaugurando meu repertório musical no papel.
Sem mais, o amor de Platão e Eros, desejo.  Que termina quando há o encontro.
É utópico, não carnal, a seiva e a sublimação.
Quero sonhar por sobre o momento que aconteça, e não se intimide.  Persiga a procura do querer, me dando.  Desafie o medo da entrega.  Não exista na virtualidade do pensamento.
Esvaneça numa sombra, onde já não avisto meu nome.
Quero um amor de verdade, que me faça viver todos os sons, não só os de minhas lágrimas.  Que sejam pelo contentamento do partilhar, na comunhão de duas solidões e no misterio da descoberta.
Um amor feito de confiança na autoestima de cada um. Uma doação do amor por mim ao outro, como so se possa ser.
Onde a natureza masculina se complete à feminina, sem desafios outros que não o seu próprio bastar. 
Amor valente, de quem escolheu viver.  Puro, simplesmente o sendo.
Que traga vida, e não mate.  Regue, traga água, seja forte em sua alegria e dor, com todo o sabor da despedida que, um dia, acontecerá.
Eros, em seu infinito, eu sou o toque e as mãos.  Sou a carne que pulsa, e o coração que vagueia, me procurando em alguém.  Uma alma cálida, querendo alguns momentos felizes.  Que se façam sentir, e me deixem lembrancas.
No meu caminho à velhice, ainda sou capaz de sonhar.  Enternecidamente para o belo, me recusando a recolher, sobre o manto da aceitação, de que o esperado e a contagem ao meu leito de morte.
Num mundo tão competente para entristecer,  descansar meus olhos a um ombro que me abarque, sentindo um abraço que me rodeie, por algum tempo, para me fortalecer, tão somente.
Eu queria dar amor, nem ao menos pedir.  Como se, Ana, para continuar a viver.
Deixe-me lhe amar, frase poética tão triste, refletida nos meus olhos, sempre melancólicos.
Apesar de tudo, poesia.  Segue a vida.  Segue.



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