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domingo, 20 de setembro de 2020

AOS PÁSSAROS ( PARA FERNANDO PESSOA )

Saboreio a brisa que, carinhosamente, me entrega o vento à face 

Pássaros intercalam murmurios modestos, sonoros em sua presença

Serão eles sabedores de muitas falas ou, simplesmente, no seu cantar

O belo o é incomensurável na sua existencia, sem perguntas

Panteisticamente reverenciado e vivido, único som que se choque

Ao grito dos homens que correm sem paradeiro distinto

Com suas máquinas velozes, fuzis desgarrados, canhões de guerra

Os pássaros aqui estão, lânguidos, perenes em movimento

Com os Sóis às suas cabeças e vidas cobrindo seus destinos

Dedilhando a sapiencia do seu canto, sem pressa ou prece

Com astucia e coragem de quem preserva os sentidos

Por isso se lhes dedico um poema ao louvor, à sua voz de canela

Jeito meigo de ser, como se eu estivesse na roça, numa tarde perdida 

De um momento qualquer, fôra esse, presenteado com tais melodias

De tamanha soberba sonoridade, celestial ato do simplesmente ser.

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