Uma cantiga de ninar fêz-se amiga de outra.
Procuraram alguém a quem embalar:
- E aquela linda criança ?- perguntou a mais jovem delas.
- Já está sendo cuidada pela mãezinha dela. Procuremos outra.
Andaram mais um pouco. Encontraram um menininho pequeno, junto com um brinquedinho. Não tinha mamãe por perto mas, tampouco, queria ser embalado. Só parecia gostar de seu telefone.
Nossas amigas continuaram na sua busca.
- Aqui, veja aquelas duas crianças, vamos nos achegar. Mas, quando se colocaram perto, para sua surpresa, foram recebidas com um não. Cantigas de ninar, hoje em dia, ja não são o que eram, antigamente.
Oh, que tristeza. Como choraram, nossas cantigas. Tão carentes de se entregarem, tão sedentas por darem amor...
Foi, então, que tiveram uma linda ideia. Para cada embalo, haveriam de dar um regalo. Para uma criança, uma estrela, à outra um pedacinho da Lua. Foi uma maravilha, pois ceus de oportunidades se abriram, ao mesmo tempo que olhinhos iam se fechando, aos sons das mais variadas cantigas.
Todos felizes e serenos iam acabando por adormecer, até a narradora dessa fábula doce e inspiradora.
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