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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

NUNCA DEIXEI DE EXISTIR ( QUARTZO LAPIDADO )

Eram varios pedaços de um mesmo poliedro, para se olhar o mesmo pedacinho do horizonte.  Do lado de cá, já não se enxergavam os prismas coloridos, de tão voltados para o Sol estavam.  Resplandesciam, suaves, mornos e cálidos, como numa brisa quente de verão matinal.  Os ruídos sobrepassavam, ao longe, e as crianças cantavam cantigas de ninar, para os adultos exaustos, que adormeciam em seus leitos.
Tudo fluia, ao som de flautas mágicas, sonoras como veludos, complascentes como lágrimas de mães que sabem o perdão.
As ovelhas pastavam, docemente, sob um céu de estrelas, recheado de convites e galanteios.
Meu amor se aquiescia, e eu só me fazia presente, nos anseios, finitos, e dormentes.  Nunca deixei de existir.

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