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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

TRIBUTO À ANA ( EFÊMERA VIDA )

Ela se foi.  Como uma rosa, voce é linda.
Uma rosa arrancada à força, pelo foice da morte, realidade inconcebivel.
Quero falar de você.  Da sua coragem e obstinação, busca pela sinceridade e humor.
Andando pelos canteiros, se deparou com um espinho, que a feriu.  Tentou expurgá-lo, mas ele se lhe fêz tão sórdido, a jorrar por suas entranhas.  Tornou-se absoluto, dono do seu ser.  E a levou para as nuvens, onde deva estar agora.
A morte é um murmurio, doce subterfugio do acalento. Chega voraz, e nos domina o espírito, invade o corpo, e finda nossa ternura.
Incógnita a espreita, de onde não se sabe o que virá.
Choro, mas de que adiantará meu pranto ? Minha presença e linhas não a devolverão, seu sorriso a vida não retornará, e todos estaremos inertes.
Você se foi, Ana, e nos continuamos aqui.
Insistindo em dar ao tempo um valor por nós estipulado, quando ele nos subjuga e faz seus escravos.  Brinca com nossas certezas e, nem ao menos, acaricia nossos sonhos de futuro.
Tempo rei, magnânimo, a negação dos projetos de vida calculados, certezas incertas estipuladas, e da  arrogancia de quem não se sabe finito.
Tempo rei, que me conceda, a cada minuto, a felicidade de aqui estar, com minhas sombras de dúvidas e receios, meu pesar pelos que se vão, e pelos que, em aqui estando, se sintam invulneráveis.
Tempo que o quero para mim, a conquistar mais rosas pelo meu caminho.  Que não se apague, frutifique, e me dê a chance de olhar o belo, e sentir a ternura.
Ana se foi.  Onde estará agora, sua alma e espírito?   Por onde vagará nossa linda Ana, arrancada a nosso lado tão precocemente. Foi-se.  Flor, coragem, determinacao. Lembrança, saudade, carinho. Vontade de um abraço, ao menos em palavras, soubera eu como lhe alcançar.
Sussurro, peço sua presença e ser tão irradiados por uma força, que nada poderá ofuscar.
Ana está comigo, e com todos nós.  Que cantaremos " Voce é linda ", mais do que nunca.   Que acreditaremos na brevidade das emoções, e no destino fortuito dos encontros.  Na força que temos em recuperar instantes perdidos, e chorar pelos que nao aconteceram.
Ana, viva em mim, em nós, que temos a chance de continuar o caminho dos vivos, preocupados, muitas vezes, com a efemeridade de nossas atitudes, e descompromissados para com o presente.
Sorria em cada um de nós, e ajude a vermos a esperança de que não estamos sós, nesse projeto gigantesco que chamamos o viver.
Inunde-nos de paz, para que possamos reconhecer, em nossas ações, a dedicação para o bom e belo.
E, finalmente, nos sorria, onde estiver.  Leve com você nosso pranto por sua perda, tão irreparável, pela luz de seus olhos, que não brilharão mais conosco.
Ana, em você se indo, tambem me vou.  Ao lugar onde não verei rosas, nem tormentos.  Onde a luz seja meu único caminho, e o todo seja feito só de ilusões. Deixe-me acariciar seu pranto de despedida, você, que não nos deveria ter deixado.
Adeus, Ana.  Leve com voce a rosa que já se foi.  Desperta, viva e cálida, como só uma flor em botão o pode ser.
Haverá um dia em que nos encontraremos, e pode ser que a espera seja infinita.  Por tudo, deixe-me dizer o quanto lhe amo e lamento sua perda.
Adeus, ou até breve.  Leve com voce todas as rosas que seus olhos possam ver.

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