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sexta-feira, 1 de março de 2019

UTOPIA

Eu queria ter uma resposta para as perguntas da  vida. Porque minha escrita se cala, quando meu coração explode ?
Porque se faz doloroso o traduzir em palavras o som que, deveras, não se perpetua mudo ?
As inconsistencias do mundo caminham ao lado de suas repressões.  Assistimos aos fantasmas de ditaduras que se sobrepõem, numa cadeia incessante de eventos, num jogo perpetuado de disputa pelo poder, na eterna ignorancia pela condição dos mais oprimidos.  Nas batalhas em que jorrem o sangue dos mais fracos, débil e infrutífero, sem forças para anular o já incontesto.
Parecemos marionetes de um sistema que, embora às portas da falencia, ainda exibe suas verdadeiras garras, e não hesita em aprisionar as ideias libertarias do amanhã.  Somos muitos, insistindo numa mudez calada, amputada em nossos devaneios.  Poucos, agindo no sentido do senso comum revolucionario.
O amanha se desenha, e espera respostas, breves, soltas, firmes, de ação. Que sejam muitas ou poucas, mas que firam o cerne da engrenagem, e amedrontem o poder.  Daqueles que marcam o gado em brasa, e zombam do pouco alimento à mesa do miserável.  Dos opulentos, a quem o mínimo já lhes é muito, pois nunca souberam o dividir.
Pergunto-me as questões da vida, as quais, certamente, não alcancarei respostas.  Porque a avareza dos dias acumulados, e a morte de crianças inocentes, que não escolheram seu destino.  A não dignidade aos idosos, que trafegaram uma vida com respeito, que não lhes é dedicado em seu fim.  As atitudes se repetem, mostrando, em si, a horrenda face humana da degradação e subserviencia.  A constatacao de que o jugo da dominação é infinitamente maior do que qualquer possibilidade de empatia.
Em meus questionamentos, indago o futuro.  Será ele moldado em uma nova conscientização, em que seres humanos, fatalmente, se voltarão para uma nova reestruturação sócio econômica ?
Indago-me se chegaremos a um derradeiro conflito.  Que subjugue a raça humana, e a exponha sem mais reservas, em se pretendendo muito mais do que um mero experimento.  Um processo mutacional, que se transponha às gerações que se sucedam.
Uma verdadeira experiencia de aceitação do homem enquanto especie, ou como o queiram definir.  Eu o diria socialismo até suas últimas consequencias, e sem viagem de volta.
Porque, ao olhar para trás, não há memoria que acumule as desgraças das guerras das fomes de mundos que os homens não souberam construir.

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