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sábado, 27 de maio de 2017

ROTINA ( PASSOS NÃO DADOS PELO MUNDO DOS HOMENS )

Rotina.  Da procura dos pequenos momentos de prazer.  Do abraço longo que se esconde, por entre as imagens.
Livro, e sol lá fora, a tarde caindo, o dia num sorriso.  E eu, me procurando o momento, sem saber, ao menos, o direito de existir.
Vou me lembrando ao sabor do vento que evoca o barulho dos carros, e um relogio que bate, avançando seus momentos de encontro com a vida, eu, como ser único.
Que se me faça, em entendendo algo.  Seja um pensamento ou destino, minha leve procura, nas respostas do mundo dos homens.
Curvo-me frente ao casuismo dos encontros baratos, na minha dimensão de ser pensante.  E esqueço, vôo, até não mais ser.
Sentindo só em mim, pulsando o breve, vivendo a não presença.
Rotina.  Preenchida pelas cores de uma tela, nada mais se vê além de seu conteudo, inerte, à procura, mas meu.  Resultado de momento e entrega.  Num mundo em que se insiste olvidar, para a caricia não mais existir.  Em que as cores do alento não se distinguem na mesmice.  O pranto chorado o não desejo de paz.  As mentes o resultado de tamanho desencontro.
Do que gosto, a maré, a brisa, e o sabor do corpo, o tempo se esvaindo breve, correndo solto em sua sequencia.  O silencio do momento certo, e não da dor.  Felicidade contida num bouquet de flores, que se espalham às vistas de meus olhos, tantas vezes cansados.
Rotina.  Pelas lembranças que se esvaem sem um porém, nas recordações que ficam, e nos olhares que não se apagam.  Olhar-me ao espelho, e descobrir o segredo da juventude que la está, me desejando saudade, nem menos brisa do que outrora só.  Bate feliz e calma, outras horas arrebentando o peito, saudosa a nostalgia do momento que não se foi.
Entre meus braços calados e olhares sensiveis.  Uma solidão constante, entre os espaços de mim mesma.  O não entendimento dos jogos que correm à minha volta, no desejo eterno de somente ser criança.
Rotina de sons, luzes e cores, e o que me apequena ao mundo, num projeto de paz, num sentido mais amplo, ou somente encontrar.  O desencontro de linhas, quando ao lembrar Caieiro, vislumbro os contornos da minha morte, em apenas redenção, se na primavera eu me fosse.
Faria de mim um soneto para as crianças, sempre vivas, em minha memoria.  Aos jovens que não esqueço, no seu eterno desejo de mudar.  As músicas tocadas por todos os instrumentos, em uníssono com o barulho das flores.  Sentimento continuo do avanço dos passos, que nunca se perdem.
Momento derradeiro, leva de mim um sopro, sem me deixar, ou não, em vida.  Resistirei, do alto de meu mais profundo pranto.
Direi adeus, num murmurio.  Encontrarei consolo em minhas linhas, para me esquecer, ao certo, do mundo dos homens.

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