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sábado, 15 de outubro de 2016

CELAS FRIAS NÃO BROTAM FLORES ( LULA, VIVA )

Se justiça fosse feita, as pessoas poderiam pensar.  A elas caberia o beneficio da dúvida.
Não existiriam grandes corporações, nem teríamos, eu e você, brigado.
Caso as forças fôssem as mesmas, a natureza não se revoltaria contra alguns, deixando outros incólumes.  não saberia de seu câncer, porque voce estaria pura.
Justiça houvesse, e não haveria becos soltos, e a agonia de quem já acordou para um grito. Porque, no mundo dos homens, vale o arbitrio de quem já é predestinado.
A juventude conheceria seu ardor, a diferença sua singularidade, e o pobre não seria apenas mais um.  Carentes de espirito são os que se sintam privilegiados, acossados do alto de suas certezas.  Magnânimos, se ousam ao direito de cercear e prenderem sonhos.
Mas ao sonho nao existe dimensão.  Ele não tem corpo, e por isso só está.  Pode ser alimentado por acalentos de sangue, mas sobrevive e não morre.  A presença física de torturadores não aniquila o pensamento, muito menos apaga as vozes do amanhã.
Seu cancer não valeu de nada, porque não obscurece seu espírito.  A todas as crianças que não vão conhecer seu futuro, um pedido para que se pare.  Escute-se o ruido da vida, que já caminha, imberbe, por entre as fronteiras do não conhecimento.
Mate-se um sonho, mas ele nao esmoecerá.  Demorará anos, mas surgirá como um cálice, pronto e aberto a receber.
Aos que ouvirem vozes que não se sabem existentes, o não perdão.  Aos usurpadores, caladores do senso comum e traidores da raça humana, o destino e o silencio de um jazigo.  Onde todos se encontram, alguns em flores que não são minadas.
Que não se pratique a injustiça e o desamor.  Que se conservem viventes os pedidos para que sejamos livres.  Não há dúvida maior do que a de quem pensa que não a tenha.
Amanhã é um outro dia, e não será de alegria.  Mas tampouco de tristeza, porque haverá a luta de quem dormiu, e chorou.  Daquele que não respeita os senhores que adestram o gado, na furia de controlar suas ambições desmedidas.
Haverá um amanhã , para cada injustiça cometida e dor acumulada, porque a história a tudo vê e a nada se cala.  Traça seus sinais, e não os esconde às novas gerações.
A cada golpe desferido, maior será a dor dos que o cometam,  e também a alma dos que o vivam.
Lembrem-se das palavras, gestos, ternura e solidariedade.  Abram seus olhos, e gritem forte um coro de união.  Um país abalado em suas convicções, mendigando um pouco de igualdade.
Não o permitam que se vá.  Respeitem o sonho de que um dia já se foi.
Em nome de uma parte presente em cada um de nós ou, ao menos, dos que saibam cultivá-la.
Choremos pelos nossos erros, mas conservemos nossa dignidade.
A cela de uma prisao e lúgubre, triste e abandonada.  A ela bastariam seus algozes.
Deixo-o viver.

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