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quarta-feira, 24 de junho de 2020

DAS LUTAS QUE SEMPRE EXISTIRAM NO ÂMAGO DO MEU SER

Sentindo a raiva, que me permeia os sentidos
Desfigura-me os pensamentos e altera minhas percepções
Pesa sobre meu sangue uma aura de impotencia
Das lutas que sempre existiram no âmago do meu ser.

Vida de becos sombrios onde a mente quase nunca alcançara
E o vazio tomava conta de qualquer expectativa de amor
A dor, um recôndito seguro para a ausencia do prazer acumulado
A agressão, a resposta certa de quem nunca teve um paradeiro.

De todos os traumas dos quais se revestem as poesias que não são ditas
Escrevê-las requer o talento de dias acumulados no infortunio
E uma boa dose de carencia do ensejo do seu eu mais profundo
Caso seja dada a sorte desse fortuito encontro premente se fazer real.

Dos gritos ao mundo, jorrados como setas ao montes, levados ao longe
Deles já não tenho destino, me foram levados, e por eles fui atravessada
Cortaram-me como uma faca, pois eu era meu proprio sangue
Que se esvaia em dor desesperada nas correntes dos tempos, que me levavam afora.

Mas, se de alguma forma sobrevivi, foi porque mantive uma chama,
Tênue e estática, vibrante e dormente, absolutamente nao consciente
Das vicissitudes dos alcances dos maus, que não são a árvore à minha janela
Que sempre está presente, apesar e pelas intempéries, a observar o mundo.

Siga comigo, árvore, fiquemos juntas às ilusões, nessa noite que não é fria
Com meu coração intranquilo, que segue chorando, forte, porque até aqui chegou
E nele, contemplado o mundo dos homens, um pedido se esboça
Abrandada minha sede, só me resta ficar, e seguir até a morte.







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