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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

MEDO DO PRAZER

Parada e estática, aguardo o rumo dos acontecimentos.
De um lado um rosto lindo, e a aparencia de um corpo jovem, a esperar meu contato.
De outro, o meu simples medo da entrega, mesmo fortuita, calculada, não menos doce.
Dois mundos a me separar, o mesmo transtorno.  Que potencializa as emoções, levando-as ao cume da insanidade.  Não mais as quero que parte de mim, sôfrega ao sabor dos ventos.
Aguarde-me, tão somente, a calmaria e a boa venturança dos que se sabem contidos em sua razão, tão pouco não abandonados.  No que a espera seja somente uma contribuição ao prazer, doce.
Rendam-se, dentro de mim, as forças que exponenciam as paixões de encontros multifacetados, e dominados pela emoção.
Já não mais parte de mim, onde respiro.  As vozes quase se foram, e meus diálogos existem no encontro a mim, sem subterfugios.
Não quero mais a ganancia da procura de corpos, em frenesi.  A não necessidade de palavras que substituam o óbvio.  Estou eu, concisa, arrancada de onde os afetos me joguem, aos braços de uma total irrealidade.
Paro e contemplo um rosto.  Lindo em sua forma, ousado no seu olhar penetrante e boca macia, doce enlevo de um beijo.
Pergunto-me o quanto a quero sem, absolutamente, vivenciar uma resposta.  Seus seios são pequenos, cabelos longos, e minha procura é cobiça.  Do que é não fácil, e se rende em mim.  Vontade inconteste de ser penetrada por meus sonhos, no medo arduo ao segui-los.
O silencio traz lacunas e, nelas, as interrogações da incerteza.  Prefiro-o assim, espreitando minhas dúvidas, saboreando meus sentidos, e me tornando mais verdadeira.
Banhe-me de ternura e volupia, e assim me entregarei.  Na certeza única de que não caminho só, nos labirintos de mim mesma.  Beije-me aonde lhe pedir, e ajude a descobrir um vocabulario somente feito de desejos incontidos.
Apaixone-me na medida certa, sem preconceitos ou perdão.  Deixe-me viver a fantasia do junto e agora, contada em minutos intransponiveis.
E, por fim, goze comigo a verdadeira sede, da entrega à sabedoria do não mais, em sendo agora.
Fecunde-me o sonho da não exigencia da possessão, em seu limite lindo do alcançado.
Sejamos, juntas, uma só, num orgasmo que se abra em uma rosa, que se despetale no momento presente. Vivamos a ternura e ganancia do saborear os sentidos, em nos galgarmos a existencia do ser.
No meu medo, suave, refreado, meu corpo que pulsa, em sua sede.  Faça-me vida, ate não mais poder. Dali, a poucos passos, o limite incontestável da certeza.

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