Saboreio a brisa que, carinhosamente, me entrega o vento à face
Pássaros intercalam murmurios modestos, sonoros em sua presença
Serão eles sabedores de muitas falas ou, simplesmente, no seu cantar
O belo o é incomensurável na sua existencia, sem perguntas
Panteisticamente reverenciado e vivido, único som que se choque
Ao grito dos homens que correm sem paradeiro distinto
Com suas máquinas velozes, fuzis desgarrados, canhões de guerra
Os pássaros aqui estão, lânguidos, perenes em movimento
Com os Sóis às suas cabeças e vidas cobrindo seus destinos
Dedilhando a sapiencia do seu canto, sem pressa ou prece
Com astucia e coragem de quem preserva os sentidos
Por isso se lhes dedico um poema ao louvor, à sua voz de canela
Jeito meigo de ser, como se eu estivesse na roça, numa tarde perdida
De um momento qualquer, fôra esse, presenteado com tais melodias
De tamanha soberba sonoridade, celestial ato do simplesmente ser.
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