Um eco surdo retomba em meu peito e retorna como uma onda
Sons que se criam, destemidamente, fortes, potentes, e se esvaem
Como num suceder de tambores, tão e mais potentes
Desafiando o Sol, o canto tímido dos pássaros cá afugentados,
Sabendo sua melodia, sem mais. Sentar-me desse lado
Vivendo essa dicotomia, da cidade, o asfato grosso e imperdoável
Palpável na sua incongruencia, alheio à solitude dos cantos
Preso à pressa, atirado no lodo, desvirtuado de valor
Os pássaros ensaiam qualquer melodia, permutando sua existencia
Lânguida e sem temores, viva e cheia. Correta, haveria de ser
Nela me preencho, pois meu instante de dúvidas pertence à sua música
Do que me sobrou, um suspiro do que ao exista nome, o singelo
Mais do que a natureza, um encontro vivo, sem pensar
Apenas sentir, sem medo, ou desafios, ou querer, sendo eu mesma.
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