solitude
suffering
missing
silence
flourishing
in
tears
A Lua cheia passa como um míssel
Atordoada e incrédula, chocando-se
A cada sorte, dominando seu desejo
Furtando-se ao incômodo de brindar
Ao infinito, num recôndito de estrelas
Planetas se desalinham em compulsões
E seres humanos se despem, mais uma vez
Da alegoria de amar, porque é belo
E infinitamente maravilhoso olhar-se aos céus
Admirar a plenitude do que nos é concedido
Esqualidamente partindo, mas senão o que
Será esse o momento derradeiro de uma
Conjunção fatal, menos ou mais apocalíptica
Lua, lua, doce lua, lindo nome faça-me em si
Minha recordação, veja os olhos
Sinta o medo, apazigue as más lembranças
E me deixe só sonhar.
O dia se cobre de negro
Vai deixando seus últimos resquícios
Lá fora o Sol se extingue como uma bola de fogo
Sem mais, a não temer a sucessão do tempo
O decorrer dos dias e as alvoradas das crianças
Despedem seus murmúrios em festas
Jogam bolas, brincam de esperança
Sobram desalinhos para compor os desafios
Não existe a medida do desejo ou da euforia
Do descanso ou da ansiedade
Apenas uma quietude mansa que se deixaria ficar
E a dor que abarca a vida que já não mais é.
Entrego meu coração a um destino incerto
A uma premissa, sem ponto de partida
Alguma résquia de Sol, um fagulho de esperança
Minha mente vaga, por sobre incertezas
De tantos hiatos as dúvidas, sempre como se
A existência fosse parte de um novelo infindo
Inexoravelmente inacabado, a se desfiar
Pelos contornos dos dias que se sobram numa caverna
Não menos eu, que me acumulo às vertentes
Da minha existência estática, mas duradoura
O pensamento adquire força e voa o mundo
Percorre distancias e nutre a vida com sonhos
Desafiando os contornos da escuridão
Abafando as lágrimas das memórias
Criando a esperança do alento
Fazendo do som o silencio.
mísseis
direcionados
dimensionados
acumulados
fatídicos
futuramente
chorarão