Um poema certeiro, como um perola caida num asfalto que se choque
A percepção da vida corre solta, moleque trigueiro anunciando as perdas
Das memorias a violencia e o infortunio, nada além do que as chamas
Póstumas, na vida que se viveu, comprometida, traida a esperança
Sem os movimentos da Lua, a plagear de cima suas cores inertes
Nada fará sentido ao que se cria e desaba, veloz e espada
Movimentos únicos, somos produto e fel, dízimo não combatido
Na face, exponho os resquicios de meus medos, outrora encobertos
Por chorar a dor das perdas que minha humildade, cansada, se devote
Eu me renderei à mediocridade do meu ser, que se asseie num processo
Limpe a semelhança de um jogo de cristais, movimento de flechas
A palavra é um escudo, apontado para minha irresolução
A palavra é o silencio obtido do nada, escuro, medo ou poesia
Ela é tão somente ao que se destina, um átomo de consenso e apaziguamento
Um corredor sagaz ou lento, timidamente encostada ao meu baú de memorias
E sensações que não se curvem, minha identificação com o que é de fora
Os sons continuam, vozes dentro de mim se atropelam e a chuva lá fora cai
Perspectiva de viver, num plano infinito, o que me resta de pessoa eclode
Jaz, pulsa, respira e cansa, sem absolutamente saber o que seja.
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