Felicidade. A presença da ausencia da morte, tema de um livro, companheiro de minhas andanças.
Lembra-me independencia, numa frase emblemática. Morte, o momento vazio onde não há mais o pensar.
Pequenos momentos, livres. Do medo pelo existir, e por todo e qualquer julgamento moral, que cerceie as opções individuais.
Posto que é fato, livre de quaisquer expectativas, num espectro inteiro de satisfação para com o que se tenha.
Estou feliz, não mais o sou. E minha visão da morte atormentada se torna palco de fundo de meus átimos de redenção, apenas.
Voar, simplesmente. Saborear a sensação do encontro com as nuvens, e a visão de belas paisagens. Encontrar o motivo que justifique o inesperado, modelado nas asas de um avião, que corte os ares. Certeiro, veloz, digno de sua propria envergadura.
Por sobre mares e oceanos, terras desconhecidas, esse pássaro gigante, criação do homem a sua essencia, se desloca. Somos mais do que existir, no momento em que criamos nossos proprios veiculos para a liberdade.
Sartre postulava que a existencia se dava à priori, resultando dai o homem angustiado, vitimizado pela sua propria crise. Escolher rumos é tarefa árdua, não resultante em caminhos virtuosos, muitas vezes. Mas, de como conflitada, e a única via que possa preencher as expectativas do ser.
Livres aqueles que se permitem adentrar ao mundo da não pré escolha definida, e tomada de riscos calculados. O que ai está é para ser saboreado, nas suas dúvidas e contingencias. Com as limitações de cada ser como individuo, muito embora um moto continuo para toda a humanidade.
Eis-me aqui, tomada de coragem, rosto ao vento, e uma passagem com destino. Remoto, mas pulsante. Livre, em acorrentada pelas minhas emoções. Num diálogo continuo entre as minhas expectativas.
Sempre gostei de aeroportos, que simbolizem o efêmero do trânsito, para de onde se veio e vá. Com uma identidade definida pelo não paradeiro. Com os quais ja convivi, em momentos de cansaço e perguntas, sempre a me dizer o incompleto. Como me tornei cronista de aeroporto, vale lhe atribuir uma nova missão. Que seja linda, pois minha esperança é a mesma. Viver o que há de bom, o quanto efêmero, pois assim se faz. E com alegria, pelo prazer da escolha.
Ana, são tantas as vezes em que lhe encontro, e tantas palavras bonitas foram as que trocamos. Não saberei porque tive uma chance, a você não dada. Em nossas conversas, agora, só sinto você, mesmo estando em não palavras, e nem mesmo sei que tipo de anseio elas me causam. Por você, tambem decido ser livre, para que a vida me proporcione um verdadeiro sentido. E continuarei acreditando no pressuposto de que os instantes de felicidade que encontrarei, a priori, não são tangiveis preconcebidamente e, sim, fruto do meu aprendizado para com o viver e seus dominios.
Voce é linda, sua luz o é. Sua ida foi o instante derradeiro para eu me certificar da minha total fragilidade, enquanto ser humano. Minha gratitude pelos inúmeros presentes com os quais tenho sida ofertada. E só posso chorar, pela grandeza dessa conscientização, que vem de encontro à sua vida suprimida.
Não deveria ser assim, mas o é. Sem arrependimentos e explicações. Felicidade ou morte, o livro à minha cabeceira. Eu escolho voar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário