Yom Kippur, dia do calar, sussuramente me vejo.
Entrego-me ao perdão dos dias não contados, nas vicissitudes da vida.
Do que almejei, ou não, entre tantos caminhos, os que desembocam. No terno a procura, indisfarçadamente minha essencia.
Num ano que se passou, lépido e, ao mesmo tempo, vagaroso. Nas perguntas sem respostas que enfrentei, no meu caminho aos dias.
Vivi a retomada da escrita, meu bem materno, loco de construção, fé inabalada.
Voltei-me às circunstancias do que é fato, em sua inteira responsabilidade. Não me calei, nem poderia. Segue a vida em seu compasso, e me faço parte dela, que me venha em seu melhor.
Na busca de novas descobertas, poderia eu ser outra. Cravo, em minhas imagens, a sombra de meu proprio destino. Que seja límpido, na lembrança de um eu verdadeiro.
Tantos percalços quantas as alegrias, em tudo dependendo do prisma adotado. A vida, por si sò, um ganho, nada a esconder, somente o desejo de que se estenda, o quanto possivel se melhor.
Calo, pois as palavram esgotam minha procura. Pouco sei, nessa nau que me impele adiante. Sou o produto de um passado obscuro, e um presente que sabe a vida. Densa e tenue, calorosa e arredia, a encher-me os olhos com a ternura de uma menina, e a sapiencia de uma anciã.
Duvido dos momentos de volupia, inconstantes. Anseio a busca por margens plácidas e devaneio, tão somente. Sem a dor no desejo, e a ferida do inconsequente.
Sussuros de prazer me tomem. Auroras do porvir me embeveçam. Claridade e luz, onde so há sombras. Um derradeiro encontro ao fatídico, que se sobrepõe à beira dos anos.
Exista o perdão para cada ato dissimulado e sofrimento causados. Foram pela ignorancia de saber o meu ser.
Calem-se em mim as disputas por minha essencia, onde o belo, tantas vezes, se resguarde ao momento de entrega.
Vista-me a vida de cores, e me saboreie. Entrego-me como quem ja não mais perdera.
Dê-me a serenidade das naus em sua calmaria, e das tempestades, em sua grandeza o término.
Mais um Yom Kippur, nas promessas sem nome, evangelhos da escrita, nas leituras dos oráculos bíblicos.
Sobrevivi, e me vesti de esperança pois, não outra, a opcão, em seguindo viva.
Abrace-me o correr dos dias em minha sorte, rosas que se abram a seu tempo.
Num doce murmurio, exalo o perfume de meus pecados, em me continuando inteira. Parte que é vida, tão somente, ao perdão do que já se foi.
Mais um ano a se abrir, na morte que chega, e nos dias que se espraiam.
Vivi, em sendo feliz. Chorei, em sentindo a falta. Perdoo-me pelo não saber, função predestinada ao mundo dos homens.
Entrego-me ao vulto do silencio que há lá fora.
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